3500 Computadores Magalhães não "reclamados"
Computadores Magalhães não levantados pelos pais
Escolas têm 3.500 computadores Magalhães que nunca foram levantados pelos pais.
Por Agência Lusa publicado em 13 Out 2013
De acordo com o Ministério da Educação, "grande parte" destes portáteis serão cedidos aos agrupamentos de escolas para atividades pedagógicas em sala de aula.
As escolas do 1º ciclo têm quase 3.500 computadores Magalhães que nunca foram levantados pelos pais: alguns podem ser requisitados por alunos e professores mas outros ainda estão embalados à espera de um destino. Dois anos após a suspensão do programa e.escolinhas, criado para distribuir portáteis pelos alunos do 1º ciclo, ainda existem 3.435 Magalhães nas escolas, segundo dados avançados à Lusa pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC).
"Esses computadores novos correspondiam a inscrições que não se traduziram na aquisição efetiva por parte dos pais e encarregados de educação", explicou o MEC. De acordo com o ministério, "grande parte" destes portáteis serão cedidos aos agrupamentos de escolas para atividades pedagógicas em sala de aula.
O problema é que é também pouco habitual ver docentes ou alunos a utilizar os computadores que existem nos estabelecimentos de ensino. Segundo vários responsáveis escolares contactados pela Lusa, os "Magalhães" há muito que desapareceram das mochilas dos estudantes e são raras as vezes em que os professores decidem usá-los na sala de aula.
No Agrupamento de Escolas General Serpa Pinto, há 50 portáteis mas "raramente são requisitados porque não existe wireless nas escolas", lamentou Olga Lemos, adjunta da direção do agrupamento de Cinfães, que tem 34 turmas do 1º ciclo.
Uma situação que também se verifica nas escolas com internet: No Agrupamento de Escolas de Benfica, por exemplo, os alunos do 1º ciclo raramente usam os Magalhães, garantiu Manuel Esperança, responsável pelo agrupamento lisboeta e presidente do Conselho de Escolas.
Já os cerca de 20 portáteis do Agrupamento de Escolas Drº Costa Matos, em Gaia, nunca foram usados. Segundo o responsável pelas escolas, Filinto Lima, os computadores ainda estão embalados à espera que lhes seja definido um destino.
"Os pais requisitaram os Magalhães mas depois nunca os vieram levantar e eles foram ficando nas escolas", disse Filinto Lima, que é também vice-presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).
O Ministério da Educação diz que os portáteis estão a ser redistribuídos pelas escolas que necessitam e que os portáteis vão permitir dar "maior liberdade para a realização de atividades pedagógicas com recurso às TIC (disciplina de Tecnologias de Informação e Comunicação), permitindo a criação de oficinas e espaços próprios de apoio às atividades letivas e às AEC".
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